Passo a Passo do Processo Criativo
Aprenda a criar com inovação utilizando as técnicas dos designers
O Processo Criativo
Por que empresas de engenharia (e outras das áreas de exatas) têm enviado seus colaboradores para cursos de design?
Seguir o passo-a-passo do processo criativo deste artigo, por si só, não é suficiente para fazer brotar ideias criativas e inovadoras. É necessário muita, muita prática, ou seja, repetir o processo em vários projetos e com adaptações, sempre que necessárias.
Por esse motivo você vê tanta gente da área de exatas procurando cursos na área de design (design gráfico é uma boa escolha). Dessa forma, eles podem vivenciar o modo de pensar dos designers, tão divulgado hoje como
Design Thinking.
Roteiro da Criação passo-a-passo
Em geral, seja para projetos gráficos ou de web, podemos estabelecer um
roteiro de criação (quase padrão). Se você é freela e/ou trabalha só, adapte para uso individualizado. Funciona!
Dica: imprima o infográfico seguinte e deixe exposto para uso a cada novo projeto.
1. Briefing
É apresentado o problema, as limitações e o público-alvo da mensagem.
Leia um trecho do artigo "O que é design briefing, afinal?", da mestranda em design management na London College of Communication em Londres, Ellen Kiss:
"O documento pode significar várias coisas incluindo um plano de projeto, um acordo ou um contrato, uma rota, um documento inspirador, um plano estratégico
ou até mesmo um roteiro para aprovação do projeto.
O mais importante não é o formato do briefing, mesmo porque não existe um formato único e correto. O mesmo pode depender de fatores variáveis como o
tipo de projeto (design de embalagem, mobiliário, comunicação, etc.) ou da cultura da empresa e do cliente."
No entanto, um briefing deveria:
- Definir os objetivos do projeto de design e sua relação com a estratégia corporativa1;
- Apresentar informações sobre competidores diretos e indiretos;
- Fornecer respostas às perguntas: Quem, Como, Quando, Onde e Por que;
- Questionar sobre custos, cronograma, materiais, especificações técnicas, quando necessário;
(1) Quais são os planos estratégicos da empresa, onde ela quer se posicionar, como ela pretende alcançá-los e como este projeto específico pode auxiliar nesta jornada).
2. Pesquisa
Consiste em colher dados da empresa, do produto, do cliente, da concorrência, do público alvo, e das soluções da concorrência para que possam servir como referências.
Não basta fazer pesquisas no Google!
Se você estiver, por exemplo, produzindo um trabalho para uma companhia aérea algumas visitas a um aeroporto poderão enriquecer o seu cérebro com elementos
que farão conexões importantes durante a próxima etapa, que é a incubação.
Portanto, nada de preguiça! Aliás, a preguiça é um dos maiores inimigos, talvez o maior, que um designer pode ter.
3. Incubação (ou Gestação Inconsciente)
Período de descanso.
Você pára de trabalhar. Seu cérebro assimila os dados da pesquisa e começa a trabalhar - no inconsciente.
Muita gente não sabe, mas aquelas ideias que surgem, repentinamente, nos lugares e horários mais estranhos, são produtos da mente subconsciente que trabalha sem que percebamos.
Muitos conseguem se programar de modo a obterem resultados positivos (ideias) após uma noite de sono.
É simples: na véspera, elas alimentam o cérebro com informações (ainda não buscando soluções). Quanto mais informações, melhor (sobre a empresa, o problema, e dados correlatos).
De certo modo, já fazemos isso, mas, na maioria das vezes, sem consciência de que estamos, de fato, trabalhando e produzindo, mesmo quando não estamos pensando (conscientemente) no problema.
Esse processo só pode acontecer depois de muito trabalho de pesquisa, carregando o cérebro com muitas informações. A partir daí, a incubação ocorre durante o seu (merecido) descanso consciente.
Descanse mesmo! Principalmente quando chega aquele momento em que parece que nenhuma ideia> surgirá. Esse período (de incubação)
é necessário para que o nosso cérebro possa processar todos os dados com o qual o alimentamos.
4. Brainstorm
Em ambiente de total desinibição um grupo de pessoas externa o maior número possível de ideias, sejam as mais evidentes, sejam as mais absurdas.
Como um jogo, onde se reúnem pessoas para gerar ideias (também pode ser praticado individualmente).
Num ambiente descontraído e com local para anotações (um quadro branco, uma prancheta ou software), as pessoas começam a soltar ideias, seguindo algumas regras:
- Deve ser criada uma atmosfera de total desinibição;
- Um líder deve estimular o grupo, continuamente;
- Qualquer ideia, seja a mais evidente, seja a mais absurda, deve ser anotada;
- Deve-se almejar a maior quantidade de ideias possíveis;
- Não são permitidas críticas, nada deve ser filtrado;
O objetivo final é gerar muitas ideias e depois escolher a que melhor resolve o problema. Quanto mais descontraído o ambiente, mais ideias criativas são produzidas.
Durante o processo, uma ideia leva à outra e assim sucessivamente, até que, em geral, a solução saia de uma combinação de duas ou mais ideias (muitas vezes absurdas, a princípio).
Organize um brainstorm de sucesso.
A Técnica "Brainstorm", originalmente batizada de "brainstorm session", é de autoria do Prof. Alex Osborn e compreende sete fases a saber:
- Ordenação: definição do problema e objetivos do encontro;
- Preparação: reunião dos dados pertinentes ao problema.
- Análise: decomposição do problema em subproblemas e exame detalhado.
- Ideação: geração das ideias em torno dos sub-problemas2.
- Incubação: descanso para produzir novas associações subconscientes e superar possíveis frustrações.
- Síntese: reunião das ideias em forma de soluções alternativas;
- Avaliação: julgamento/escolha final de alternativas.
(2)
É importante que todos participem e que não haja nenhuma crítica às ideias, pois o grupo poderia parar de produzir com receio das críticas.
5. Eureka!
Alguns dizem que não existe Eureka!
Na verdade, existe sim, mas depois de muito de trabalho. Eureka! é o momento do "estalo" (descoberta).
Quando alguns autores dizem "não existe Eureka!", querem desmitificar a ideia de que "do nada", sem nenhuma técnica (consciente ou não),
determinadas pessoas teriam um "estalo", um momento divino, como se nascessem com um dom...
O "momento Eureka!" existe, porém, após muito trabalho, como descrito nessa proposta de Processo Criativo (vide itens de 1 a 4).
6. Produção
Mãos a obra. Já se sabe o que será feito.
7. Check-up
Revisão: checar se o resultado soluciona o problema, conforme o briefing, e se atente às expectativas de criação.
Leia também sobre Criatividade e Inovação.